O que Elon Musk quer com a oferta para o Twitter?

Elon Musk comprou 9% das ações do Twitter e nesta quarta-feira faz oferta pública de 100% para a empresa.

O que Elon Musk quer com a oferta para o Twitter?

Elon Musk comprou 9% das ações do Twitter e nesta quarta-feira faz oferta pública de 100% para a empresa.

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Camila Farani

01 de abril • 6 min

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Camila Farani

01 de abril • 6 min

Essa foi a primeira pergunta que veio à tona quando eu li as reportagens sobre o CEO da Tesla, quando ele se ofereceu para comprar o Twitter, tornar a empresa privada e transformá-la em uma plataforma de “liberdade de expressão”, de acordo com um documento feito à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, poucos dias após Musk ter comprado cerca de 9% das ações. 

No arquivamento da SEC, agência reguladora do mercado de capitais dos EUA, Musk ofereceu comprar 100% do Twitter pelo valor de US$ 54,20 por ação, um montante de, aproximadamente, US$ 43 bilhões. 

Mas, quando vemos uma movimentação no mercado desse tamanho e nesse formato, começamos a nos questionar o motivo: o que Elon Musk pretende? Qual é o seu objetivo?

Bem, a verdade é que não tem como dizer que o que se passa na cabeça de grandes milionários, mas podemos analisar o mercado e suas demandas para começar a montar as peças do quebra-cabeça do mundo business.

Um ponto que não podemos deixar passar despercebido é que o cenário que vivemos atualmente está totalmente voltado para o conceito da economia da atenção, uma abordagem para o gerenciamento de informações que trata a atenção humana como um ativo escasso.

Ora, isso quer dizer que a sua atenção vale ouro, e quem obtiver este poder, consegue dar as cartas mais facilmente.

Não é à toa que os grandes milionários e bilionários estão de olho há muito tempo no mercado de conteúdo:

  • Jeff Bezzos (Amazon) – Washington Post

Em 2012 Jeff Bezos, fundador da Amazon, afirmou que as pessoas não queriam mais pagar por notícias online e que a mídia impressa estava seguindo o caminho dos dinossauros, além de estar fadada ao falecimento para os próximos 20 anos.

Naquela época, o WP crescia o seu faturamento online em 8%, e sua receita era de US$25,9 milhões, com um faturamento de US$61 bilhões, em 2012. Curioso, não?!

Por fim, a Amazon não participou do negócio e foi Bezos, um dos homens mais ricos do mundo, que assumiu sozinho toda a divisão de publicações da Washington Post Company, que inclui os jornais “Washington Post”, “Express”, “Fairfax Conty Times” e “El Tiempo Latino”; os grupos The Gazette Newspapers e Southern Maryland Newspapers; e a editora Greater Washington Publishing.

  • Salesforce – Revista Time

Em 2018, o cofundador e CEO da Salesforce, Mark Benioff, e sua esposa Lynne Benioff, compraram a revista Time por US$ 190 milhões.

Com a compra da revista, Marc Benioff se tornou mais um bilionário da tecnologia a fazer um investimento em uma publicação jornalística tradicional: “O poder da ‘Time’ sempre esteve na narrativa das pessoas e nas questões que afetam e nos conectam a todos”, disse  Benioff na época.

  • Chatchaval Jiaravanon (C.P Group) – Revista Fortune

A Fortune Magazine teve o empreendedor tailandês , Chatchaval Jiaravanon, como novo proprietário em 2018, pelo valor de US$ 150 milhões. Em comunicado sobre a venda da Fortune, a Meredith Corporation, ex-proprietária da revista, frisou que a negociação foi um investimento particular de Jiaravanon.

Jiaravanon tem negócios nos setores de telecomunicações, alimentos e varejo e se jogou na tendência do mercado de conteúdo digital ao arrematar um título jornalístico tradicional, através da aquisição da Revista Fortune. “ O nosso objetivo é estabelecer a Fortune como a principal marca de mídia de negócios do mundo”, segundo o tailandês.

  • Laurene Powell Jobs – Revista The Atlantic 

Em 2017, foi a vez da viúva de Steve Jobs, acompanhar a tendência de entrar para o mercado das aquisições de empresas jornalísticas tradicionais.

Foi pela bagatela de US$ 250 milhões, que ela comprou uma participação majoritária na Revista The Atlantic, por meio da sua organização filantrópica Emerson Collective.

A The Atlantic foi criada em 1857, em Boston, com foco em literatura, poesia e política.

O quebra-cabeça da atenção

Mas, afinal, o que esses grandes milionários e suas aquisições por títulos jornalísticos tradicionais têm em comum com o interesse de Elon Musk pelo Twitter?

Observar esse quebra-cabeça sendo montado é fundamental para entender o interesse dos grandes milionários no mercado de conteúdo digital. E de uma coisa sabemos, Musk tem grande apreço pelo Twitter e, de vez em quando, posta em seu perfil sobre novas funcionalidades da plataforma, a fim de fazer pesquisas com usuários. O próprio CEO da rede social, Agrawal, comentou em seu perfil que o CEO da Tesla é um crente apaixonado e crítico intenso do serviço, e que é exatamente disso que o Twitter precisa.

Sabendo de todo esse interesse e movimentação pelo mercado de conteúdo digital, eu te pergunto: esse interesse pela plataforma seria mais uma das estratégias de Musk para aumentar o valor de suas ações ou seria a sua paixão pelo negócio falando mais alto? 

No momento, o mais correto de dizer é que os Big Players querem a sua e a nossa atenção. Por isso, nós como usuários, precisamos tomar consciência disso.

O nosso clique vale ouro!

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